sábado, 20 de junho de 2015

Golpe de Estado

“A SOLUÇÃO PARA A VIOLÊNCIA É PRENDER AS CRIANÇAS”

O golpe de estado da direita imperialista tenta avançar a passos largos contra a organização da classe trabalhadora no Brasil. A burguesia instalada aqui, para impedir a emancipação operária, chegou no auge de uma campanha que ela faz a muitos anos no congresso, no judiciário e na imprensa, para autorizar a prisão de menores de idade, como se eles fossem os responsáveis pela violência geral. Isto é uma desculpa para militarizar o estado cada vez mais, até que seja erguido um aparato de polícia suficiente para reprimir a maioria das formas de expressão e de organização da classe trabalhadora. Depois da prisão de crianças, medida que só fará aumentar a violência, vem aí a lei da pena de morte, a “solução final”.

O fundamento de todo e qualquer governo é o monopólio da violência. A existência de um governo consiste em um poder centralizado que seja a única ou a principal fonte diretora da violência em uma sociedade, consiste em uma força militar capaz de impedir que outras classes sociais assumam o poder político controlado, exclusivamente, por uma classe dominante que comanda essa força militar.

O Brasil é um dos países mais violentos do mundo, com uma estimativa inacreditável de cerca de 50 mil assassinatos por ano, segundo o 'Mapa da Violência'. Desses 50 mil assassinatos, pelo menos a metade deles foi cometida pela polícia de farda e à paisana, neste último caso, através dos esquadrões da morte, as milícias fascistas sustentadas pelas burguesias regionais que aterrorizam as periferias do Brasil desde a época da ditadura militar, principalmente nas cidades grandes. No Brasil, a pena de morte já existe, e não exige nem sequer julgamento para ser aplicada. A violência policial, além de manter o poder nas mãos da burguesia, que domina todas as instituições do estado brasileiro, serve para manter o tráfico de armas e de drogas exclusivamente nas mãos da própria polícia, dos empresários capitalistas e do exército burguês.

A partir da aprovação da redução da maioridade penal, com a hipocrisia de alegar que as crianças são responsáveis pela violência e pelo crime, a partir de então, as principais lideranças democráticas da classe trabalhadora já podem deixar as suas malas prontas, se não quiserem terminar na cadeia também, junto com os menores de idade, porque o próximo passo do golpe da direita, depois de uma vitória fascista dessas, incluirá a criminalização dos partidos da esquerda. A hipocrisia já consiste somente em pensar na possibilidade de colocar em votação, no congresso, uma lei que reduz a maioridade penal como solução para a violência, quando a maioria dos brasileiros tem plena consciência de que a violência e o crime organizado são criações dos empresários capitalistas, das polícias e do exército nacional da burguesia.

Um moleque pé-rapado numa favela, que mal tem água encanada em casa, aliás, que nem tem casa própria, em nenhuma hipótese teria acesso a armas e drogas importadas, ilegalmente, se a polícia e o exército não estivessem envolvidos em cada etapa do tráfico, desde a lavagem de dinheiro até a distribuição e extorsão nas 'bocas' de varejo. Os PM's e os PC's estaduais não são mais do que fiscais do monopólio da burguesia e da burocracia militar sobre o comércio internacional de armas e de drogas. Os burocratas militares são profissionais da violência, empregados para garantir, a qualquer custo, e com a vista grossa da imprensa capitalista, que o monopólio do crime organizado continue exclusivamente nas mãos do empresariado, das polícias e do exército burguês.

Sem o apoio das polícias e do exército, jamais chegariam ao Brasil toneladas de armas e de drogas, inclusive para exportação, escoadas, em sua maioria absoluta, pela pequena fronteira com o Paraguai. Até porque, a maior parte desse material ilícito chega aqui através de aviões e de helicópteros, e o monitoramento de veículos aéreos é muito mais simples do que o monitoramento de carros, porque veículos aéreos, principalmente helicópteros, são em número muito menor que o número de carros e de caminhões, e ainda exigem muito mais estrutura e muito mais burocracia para serem usados. Sempre deixando um rastro enorme de indícios por onde quer que passem. A burocracia militar, na ideologia capitalista, seria composta pelos especialistas em coibir a violência e investigar indícios de crime, mas a realidade demonstra que as polícias e o exército são a razão da violência e a própria estrutura do crime organizado.

As únicas medidas do governo que poderiam diminuir essa violência no Brasil, imediatamente, seriam o fim das Polícias Militares e o livre comércio e porte de armas pessoais e drogas recreativas, acabando de uma vez por todas com o tráfico ilegal e desafogando o sistema carcerário, que, além de tudo, é um desperdício absurdo de dinheiro público. Como isso nunca vai acontecer, a única medida realmente capaz de reduzir a violência no Brasil, hoje, deve partir da classe trabalhadora, e consiste na formação de grupos de voluntários armados para patrulhar as cidades e as periferias, núcleos de autodefesa do proletariado, organizados pelos elementos mais vigorosos e capacitados para a luta efetiva contra os soldados que escolhem ficar ao lado da burguesia e contra os parasitas que destroem a classe trabalhadora por dentro.

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